In April, an interview with Daniela was aired on “Alta Definição,” hosted by Daniel Oliveira. The actress spoke about her personal life, including the day she had to put down her dog Ash and when her father suffered a stroke. She also revealed details about her children and husband and talked about her projects – “NCIS: Los Angeles,” “Os Traidores” (on SIC in Portugal), and her newfound passion for directing. You can watch the complete translated interview below.
Daniela Ruah: “Tive mesmo de construir uma personagem para apresentar ‘Os Traidores”
A NiT entrevistou a célebre atriz portuguesa que agora apresenta o programa de domingo da SIC.
Entre 2009 e 2023, Daniela Ruah foi Kensi Blye em 320 episódios de “NCIS: Los Angeles”. A atriz portuguesa, que hoje tem 39 anos, afirmou-se como um rosto conhecido na televisão norte-americana — mas também em canais de muitos outros países, já que a série era transmitida por todo o mundo.
Desde 9 de abril, porém, que ocupa as noites de domingo da SIC. Daniela Ruah é a apresentadora de “Os Traidores”, um programa em que os concorrentes competem em desafios por um prémio monetário final — mas pelo meio dos “fiéis” encontram-se três “traidores” que os vão eliminando aos poucos.
Este foi o pretexto para a NiT falar com a atriz sobre o novo projeto e a fase da carreira que atravessa neste momento.
Quando lhe perguntaram se queria apresentar “Os Traidores”, o que lhe agradou mais à partida?
Eu já tinha visto os programas noutros países, conhecia o formato, já me era familiar, portanto não foi preciso explicar-me muita coisa. E obviamente gosto de trabalhar em coisas que também gosto de ver [risos]. Não é para me ver a mim própria, atenção, mas é só porque é o género de programa que gosto de ver. E esta apresentadora está em personagem também. Portanto, pude incorporar a parte da apresentação mas também a minha vertente de atriz. Porque quem já viu o programa vê perfeitamente que não é o meu feitio diário que ali está, mas sim uma personagem que se enquadra no tom do formato.Essa é uma perspetiva interessante, porque uma pessoa quando está a apresentar também desenvolve uma certa persona que é diferente de como é na vida real, não é?
Depende do projeto, lá está. Por exemplo, na Eurovisão ou quando faço o Super Bowl Greatest Commercials — um programa que faço aqui antes da Super Bowl — isso sou mais eu no sentido em que sou mais brincalhona, é um feitio meu mais genuíno dentro da postura de apresentadora. Agora, aqui em “Os Traidores”, tive mesmo de construir uma personagem. Fomos observando os apresentadores dos outros países e existe uma linha de continuidade.Foi um desafio construir essa personagem para este programa?
Não foi um desafio porque achei logo a ideia divertida. As próprias falas e aquilo que tinha de memorizar — claro que houve algumas coisas improvisadas porque naturalmente íamos interagindo com os concorrentes —, mas o próprio tom da escrita foi tão claro… E depois de ter visto vários episódios dos outros países, foi fácil entrar nesta personagem, foi muito claro desde o princípio. E depois foi fácil porque eu queria este desafio, era uma coisa completamente nova, que nunca tinha feito. Nunca tinha misturado a representação com a apresentação e por isso é que também aceitei o desafio, porque achei giro. LER MAIS
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O que te cativou mais neste formato?
Foi o desafio de nunca ter apresentado um programa assim, que mistura um formato com guião e também a vertente de ‘reality’. E muito menos um programa que requer esta quantidade de dias de gravação e as longas horas.
Já tinha visto o formato britânico. Vi alguns episódios do australiano, também dá nos Estados Unidos. Já tinha a noção do que é que este programa ia incorporar. E fiquei com bastante interesse porque lá está, é um programa que eu também gosto de ver.
O programa junta mistério, estratégia e desafios. Uma mistura que não é muito comum na televisão portuguesa. Com que mentalidade é que entraram os concorrentes?
Bastante aberta, já que nem todos tinham visto o formato de outros países. Alguns entraram completamente cegos. Quando os entrevistámos no primeiro programa, a maior parte deles disse que estava à procura de uma aventura.
Mas o programa não é só mistério. Acabou por ser uma ligação entre seres humanos todos diferentes, de faixas etárias e profissões diferentes, que se uniram imenso ao longo do jogo e que criaram laços de amizade palpáveis.
Acho que o público se vai relacionar muito com eles, vai acabar por se apaixonar pelos concorrentes. Eu também me apaixonei por todos eles.
Quem é que se dava melhor neste programa: tu ou a Kensi? [A personagem de Investigação Criminal Los Angeles]
[Risos] Tanto uma, como a outra. As qualidades [que partilhamos] para este formato são as mesmas: gostar de aventura e de não haver maldade, mas sim diversão na procura dos traidores.
Como é que foi feita esta gestão de tempo e família, entre viveres em Los Angeles e gravares em Portugal?
Foi planear as datas com o meu marido. Os meus filhos ainda estão na escola e entraram agora em férias da Páscoa. Vou perder os primeiros dias das férias deles, mas têm duas semaninhas. Portanto, ainda vou poder aproveitar bastante.
Acabei de gravar a última temporada de Investigação Criminal Los Angeles e consegui conciliar com a SIC. Vim só mesmo para fazer isto, isto não são as minhas férias. Ficaram lá eles e eu vou voltar e vou abraçar os meus filhotes. Já estou cheia de saudades.
O que se segue? Realizaste um telefilme para a RTP e seis episódios de ‘Investigação Criminal Los Angeles’. É esse o caminho que se segue?
É um caminho paralelo ao da representação. Estou a tentar também entrar por um caminho de produtora executiva de alguns projetos, uns meus, outros não. Tenho aqui três trilhos muito interessantes. Eu sempre disse que qualquer pessoa nesta indústria poderia criar o seu próprio trabalho e não ficar à espera que oferecessem um. E então, estou a seguir os meus próprios conselhos.
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Duas semanas a trabalhar em Portugal. Foi o que bastou para que começasse a circular — nas redes sociais, na imprensa cor-de-rosa — o rumor de que Daniela Ruah estaria de regresso. Que depois de 14 anos em Los Angeles teria voltado de malas e bagagens, mais filhos e marido, à sua Cascais de sempre, de onde saiu para estudar representação, primeiro em Londres, mais tarde em Nova Iorque, e aonde voltou para se casar com David Paul Olsen, o duplo que conheceu na rodagem de “Investigação Criminal: Los Angeles”, série que chegou agora ao fim, depois de 14 temporadas e 319 episódios. “Mais, mais”, diz Daniela Ruah enquanto aponta com o dedo para cima. “O número é maior, porque o IMDB [Internet Movie Database] só contabiliza os episódios exibidos. E os últimos da temporada final de ‘NCIS: Los Angeles’ [título original] só passam nos Estados Unidos em maio.”
Estamos num hotel em Cascais, mas quando esta edição chegar às bancas já Daniela Ruah estará de volta a casa. E talvez esboce um sorriso a pensar nos rumores. “Não sei como surgiram, mas não faria muito sentido atirar a lança nos Jogos Olímpicos e ir buscá-la enquanto ela está no ar”, diz. A lança desta metáfora é, claro, a sua carreira em Hollywood. Como é que se recuperaria uma lança em pleno voo é algo que desconhecemos, e não nos ocorreu debater leis da Física com a atriz, mas a metáfora e a mensagem são claras: a carreira de representação nos EUA é prioritária.
Mas enquanto a lança está no ar, Daniela Ruah vai tendo tempo para ensaiar pequenos desvios e experimentações. Como regressar à ficção portuguesa para protagonizar uma história de espionagem no Portugal dos anos 40 na série “A Espia”, que a RTP1 exibiu em 2020. Ou estrear-se por trás a realizar um episódio de “Investigação Criminal: Los Angeles”, em 2021, e no mesmo ano realizar também um telefilme da série “Contado por Mulheres”, adaptando para o pequeno ecrã a obra “Os Vivos, o Morto e o Peixe Frito”, do escritor angolano Ondjaki.
Refira-se que uns desvios podem ser maiores do que outros. Como juntar-se a Filomena Cautela, Catarina Furtado e Sílvia Alberto para apresentar em direto o Festival Eurovisão da Canção 2018, que teve lugar em Portugal. Ou ainda — e é isto que nos traz aqui — fazer a apresentação de “Os Traidores”, o novo programa de domingo à noite da SIC, produzido pela Shine, que se estreia a 9 de abril e que adapta um conceito holandês — “De Verraders” — de sucesso na Europa, Estados Unidos, Austrália e Reino Unido.
O ar de “girl next door” que conquistou os portugueses primeiro, e depois o mundo, mantém-se, apesar de esta Daniela estar quase a fazer 40 anos e ser mãe de duas crianças (River, de 9 anos e Sierra, de 6). Bebe um galão (um galão mesmo, à portuguesa) e tem a descontração e o foco que só mais de uma década a trabalhar na meca do cinema e da TV conseguem dar a um profissional do entretenimento. A viver nos Estados Unidos há quase 16 anos, a atriz luso-americana faz um balanço das 14 temporadas de “Investigação Criminal: Los Angeles” (transmitida entre nós na FOX e cujo último episódio será emitido nos Estados Unidos em maio) e revela quais os planos para o futuro.
Como é que o Daniel Oliveira [diretor geral de Entretenimento do grupo Impresa] a convenceu a fazer “Os Traidores”?
Não precisou de muito! Eu já era fã do formato e quando o Daniel me perguntou se eu tinha interesse em apresentar a versão portuguesa, não pensei duas vezes. Há três coisas que eu gosto de concretizar quando aceito um trabalho. E surgiram mais porque, ao fim de 14 anos numa série, e a fazer 40 anos este ano, já tenho outra expectativa da vida profissional. Um trabalho tem que ser uma coisa boa para ter no meu currículo, a parte financeira, obviamente, e a parte criativa. À partida, os trabalhos que aceito hoje em dia têm de concretizar duas dessas coisas e “Os Traidores” fizeram exatamente isso.Foi uma boa forma de fazer um corte com o “Investigação Criminal: Los Angeles”?
Claro! Mesmo dentro da apresentação, que já tenho feito bastante nos Estados Unidos sobre os anúncios do SuperBowl, isto é um projeto completamente diferente. Porque envolve um guião — o programa tem de ter uma estrutura, e as missões que os concorrentes fazem têm de estar pré-organizadas — mas, ao mesmo tempo, há a vertente do reality porque os episódios são adaptados àquilo que aconteceu na noite anterior. E são os concorrentes que escolhem o que acontece. Tanto na mesa redonda, onde votam para alguém sair, como os traidores selecionados, que vão ‘assassinar’ uma pessoa todas as noites. E nós não podemos prever o que é que elas vão escolher.Grande parte das gravações já aconteceu. O que é que retira, para já, desta experiência?
O mais difícil foi não poder conviver com os concorrentes. Eles estão sempre isolados, a única vez que interagem com os outros ou é nas missões, em que o objetivo é trabalharem em conjunto, porque sempre que conseguem concretizar uma das missões ganham mais prata para o prémio final, que uma ou duas pessoas vão ganhar; e depois, há as salas de reality onde eles convivem uns com os outros, onde vão tentar perceber quem são os traidores, onde fazem as suas alianças e manipulações. De resto, andam vendados pelo hotel para não verem por onde andam, estão isolados do mundo, não falam uns com os outros, não falam com a equipa técnica, para não serem influenciados por ninguém. Eu sei muito sobre a vida de cada concorrente, mas cabe-lhes a eles partilhar isso com os outros concorrentes ou não.A Daniela entra no formato como uma anfitriã.
Mestre de cerimónias. Introduzo as missões, explico ao público em casa o que vai acontecer a seguir, porque acredito que possa haver uma vertente um bocadinho confusa. Porque todos os dias saem duas pessoas. O apresentador tem de manter o tom do jogo: mistério, desafio…Vai encarnar aqui uma persona.
100%. Apesar de estar assinar como Daniela Ruah, estava muito em personagem, a gozar mesmo com as falhas e com os “assassinatos”.