Welcome to the first unofficial Portuguese/English fan-site for the portuguese-american actress Daniela Ruah. She starred for 14 years in the worldwide famous CBS tv show NCIS: Los Angeles. We have no affiliation nor do we represent Daniela in any way. This is just a work of a fan. ENJOY!
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DanielaRuahFans Celebrating 15 Years Online


TRAIÇÃO, DISSE ELA

Duas semanas a trabalhar em Portugal. Foi o que bastou para que começasse a circular — nas redes sociais, na imprensa cor-de-rosa — o rumor de que Daniela Ruah estaria de regresso. Que depois de 14 anos em Los Angeles teria voltado de malas e bagagens, mais filhos e marido, à sua Cascais de sempre, de onde saiu para estudar representação, primeiro em Londres, mais tarde em Nova Iorque, e aonde voltou para se casar com David Paul Olsen, o duplo que conheceu na rodagem de “Investigação Criminal: Los Angeles”, série que chegou agora ao fim, depois de 14 temporadas e 319 episódios. “Mais, mais”, diz Daniela Ruah enquanto aponta com o dedo para cima. “O número é maior, porque o IMDB [Internet Movie Database] só contabiliza os episódios exibidos. E os últimos da temporada final de ‘NCIS: Los Angeles’ [título original] só passam nos Estados Unidos em maio.”

Estamos num hotel em Cascais, mas quando esta edição chegar às bancas já Daniela Ruah estará de volta a casa. E talvez esboce um sorriso a pensar nos rumores. “Não sei como surgiram, mas não faria muito sentido atirar a lança nos Jogos Olímpicos e ir buscá-la enquanto ela está no ar”, diz. A lança desta metáfora é, claro, a sua carreira em Hollywood. Como é que se recuperaria uma lança em pleno voo é algo que desconhecemos, e não nos ocorreu debater leis da Física com a atriz, mas a metáfora e a mensagem são claras: a carreira de representação nos EUA é prioritária.

Mas enquanto a lança está no ar, Daniela Ruah vai tendo tempo para ensaiar pequenos desvios e experimentações. Como regressar à ficção portuguesa para protagonizar uma história de espionagem no Portugal dos anos 40 na série “A Espia”, que a RTP1 exibiu em 2020. Ou estrear-se por trás a realizar um episódio de “Investigação Criminal: Los Angeles”, em 2021, e no mesmo ano realizar também um telefilme da série “Contado por Mulheres”, adaptando para o pequeno ecrã a obra “Os Vivos, o Morto e o Peixe Frito”, do escritor angolano Ondjaki.

Refira-se que uns desvios podem ser maiores do que outros. Como juntar-se a Filomena Cautela, Catarina Furtado e Sílvia Alberto para apresentar em direto o Festival Eurovisão da Canção 2018, que teve lugar em Portugal. Ou ainda — e é isto que nos traz aqui — fazer a apresentação de “Os Traidores”, o novo programa de domingo à noite da SIC, produzido pela Shine, que se estreia a 9 de abril e que adapta um conceito holandês — “De Verraders” — de sucesso na Europa, Estados Unidos, Austrália e Reino Unido.

“É uma mistura de géneros”, conta a atriz. “O programa tem guião, porque temos os dias todos organizados. Mas também tem uma vertente de reality show que pode gerar um pouco de preconceito. Só que o lado reality aqui é, na verdade, em relação ao jogo, não à vida dos concorrentes.” Em competição está um prémio de 20 mil euros em barras de prata e há 20 pessoas que tudo farão para as levar para casa. Destas, três são escolhidas por Daniela Ruah e pela equipa de produção para serem “os traidores”, por oposição aos restantes 17, que serão, por contraste, “os fiéis”. “Todas as noites os traidores encontram-se em conclave e escolhem um fiel para ser assassinado”, acrescenta. “Semanalmente, há uma série de concorrentes que vão sendo expulsos pelos traidores. Os espectadores sabem quem eles são, mas os concorrentes não. É bastante viciante”, explicou Daniel Oliveira, diretor-geral de entretenimento do Grupo Impresa, dono da SIC e do Expresso, na apresentação do programa que decorreu no Mosteiro de Alcobaça.

Este reality show é também um jogo de mistério e estratégia à moda de Cluedo. A diferença é que no novo programa de domingo da SIC os jogadores não vão tentar descobrir quem será o assassino, mas sim quem serão os traidores. O objetivo destes é chegar ao final sem serem identificados, só assim poderão alcançar as barras de prata. Já o dos fiéis é não serem eliminados pelos traidores. Se o grupo de finalistas for composto apenas por fiéis, a prata será dividida entre eles. Mas se houver apenas um traidor que seja, aí os fiéis nada recebem — e os 20 mil euros em barras de prata vão para o concorrente traiçoeiro. Quem participa foi escolhido a dedo. Os concorrentes têm diferentes profissões e faixas etárias, mas, assegura a apresentadora, “são todos inteligentes e pessoas com integridade, que querem estar aqui e que se vão afeiçoando umas às outras, tal como nós nos vamos afeiçoando a eles”.

Os concorrentes só têm contacto uns com os outros durante os desafios ou nos momentos em que o programa está a ser gravado. Fora isso, são vendados e levados até aos seus quartos, onde ficam sob vigilância, de modo a impedir que contactem o exterior ou os outros concorrentes. Pormenor: os quartos são as antigas celas monásticas do Claustro do Rachadouro do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, que foi recuperado e transformado — com projeto de Souto de Moura — num hotel de cinco estrelas, o Montebelo Alcobaça Historic Hotel.

BILHETE DE IDA E VOLTA

Trabalhar há 14 anos na mesma série traz, entre muitos outros benefícios, a vantagem da rotina e de uma agenda sem grandes imprevistos. Por norma, nesta altura do ano, Daniela Ruah já teria terminado de rodar as anteriores temporadas de “Investigação Criminal: Los Angeles” e estaria de férias. Continuaria por Los Angeles, por causa da escola dos dois filhos, de 9 e 6 anos. Só no verão viria a Portugal. “Neste caso, a série acabou mesmo, e eu pensava que ia ter algum tempo livre, mas o Daniel Oliveira contactou-me e disse que tinha um projeto giro. E como eu já conhecia o formato, não precisou de me explicar muitos detalhes.”

Seguiu-se o habitual processo de triagem pelo qual passam todos os projetos que lhe aparecem pela frente. Algo que aprendeu com o tempo, sobre si mesma, foi que ou um novo projeto faz currículo, ou é desafiante, ou é bem pago. “Se não preencher dois destes critérios, não me compensa ficar longe dos meus filhos. Cheguei a uma altura da minha carreira em que posso ser mais seletiva. Não podemos matar-nos a trabalhar e não sermos felizes. Eu já fiz trabalhos, quando estava a começar, em que a meio pensava que estava a perder tempo, que estava a odiar e a deixar-me com um mau gosto na boca.” Decidiu que não ia voltar a aceitar trabalhos que a fizessem sentir assim, e não voltou. “A palavra ‘não’ tem muito poder.”

Daniela Ruah nasceu em Boston, numa família com tradições judaicas que se mudou para Portugal, para viver entre Carcavelos e Cascais, tinha ela 5 anos. Aos 16 anos estreia-se na novela da TVI “Jardins Proibidos” e descobre a vocação. Passados dois anos vai estudar Artes do Palco na London Metropolitan University. No regresso a Portugal segue o caminho habitual da televisão e das novelas. Ambicionando mais, parte em busca do sonho americano. Depois de estudar no prestigiado Lee Strasberg Theatre and Film Institute, em Nova Iorque, faz o que milhares de jovens atrizes têm feito desde a década de 1940 e muda-se para Los Angeles, onde o sonho coletivo está há quase 100 anos inscrito num letreiro gigante nas montanhas de Santa Mónica onde se lê “Hollywood”.

Com as plataformas de streaming, a multiplicação e deslocalização de produções para um público global, o mundo tornou-se mais pequeno. E se hoje já ninguém estranha ver atores portugueses em grandes produções internacionais, há 15 anos o cenário era outro. “Na altura tinha-se de estar lá e arranjar maneira de se ser visto”, diz Daniela Ruah, para quem a sorte é quando a oportunidade encontra a preparação — e ela fez sempre questão de estar preparada. “Quando a oportunidade surgiu, consegui agarrá-la”, recorda sobre a jovem de 24 anos que conquistou um lugar no elenco de “Investigação Criminal: Los Angeles”, ao lado de atores como Chris O’Donnell, LL Cool J, Linda Hunt ou Eric Christian Olsen (hoje seu cunhado).

“Quer do meu lado quer do deles sentimos uma sinergia que funcionou. Agora, o facto de a série ter ido para uma segunda temporada, uma terceira e por aí fora, até à 14ª, isso já está completamente fora das minhas mãos. Nesse aspeto, posso dizer que tive sorte.” A personagem Kensi Blye acompanhava-a desde 2009, e não só em “Investigação Criminal: Los Angeles”. Ruah chegou a interpretá-la na série original de onde esta deriva, “NCIS: Investigação Criminal”, e também a levou até “Hawaii Five-0”. Ainda assim, é cedo para dizer se vai ter saudades da Kensi — “Até porque, no fundo, eu sou ela e ela sou eu.”

O próximo papel pode levá-la novamente para trás das câmaras. Não só na realização mas também enquanto produtora executiva. Depois das duas experiências de 2021, Daniela Ruah quer realizar uma longa-metragem — seria a sua primeira — baseada num livro cujos direitos adquiriu. “A autora é americana, as personagens são fictícias, mas a história em que elas se inserem é verídica”, diz sobre a obra, não querendo revelar mais. O projeto está numa fase ainda muito incipiente. Esse é, explica, um dos traços marcantes desta indústria: “Se alguém quiser escrever um guião, escreve. Se alguém quiser pegar numa câmara e filmar, filma. Há sempre possibilidades diferentes criadas por nós.”

É o que está a fazer agora, mas sem pôr de lado as self tapes e os castings. Até porque não lhe passa pela cabeça colocar a representação de lado. Daniela Ruah vai fazer 40 anos em dezembro. É uma data redonda, suscetível a introspeções e balanços de vida para muitos, mas não para todos: “Não sei se vou fazer um balanço no fim do ano, porque eu já costumo fazê-los com frequência e porque me sinto super-realizada”, diz. “Acho que já fiz muito para alguém que vai fazer 40 anos — e ainda não acabei.”

 


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